segunda-feira, 27 de junho de 2011

Pedagogia Waldorf

A Pedagogia Waldorf foi idealizada em 1919 por Rudolf Steiner (1861-1925), filósofo e cientista austríaco. Em sua obra, publicada pela Editora Antroposófica, ele fundamenta a educação nos processos orgânico-psíquico-espirituais que caracterizam as fases da evolução da criança.

A aprendizagem dá-se paulatinamente, respeitando-se rigorosamente as faixas etárias. O processo tem início no conhecimento e amadurecimento corporal, ampliando-se para o domínio do ambiente espacial e representando-se nas capacidades de leitura, escrita e matemática. Cultiva-se, ao longo de todos os anos escolares :

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O fazer integrado e consciente das várias atividades manuais, do artesanato e do cultivo dos trabalhos primordiais do Ser Humano.
- O sentir através da produção e apreciação das artes plásticas, musicais e cênicas.

- O pensar, cultivado desde a imaginação dos contos de fadas até o rigoroso processo abstrato-científico próprio do ensino médio.


Uma das principais características da Pedagogia Waldorf é o seu embasamento na concepção de desenvolvimento do ser humano introduzida por Rudolf Steiner (veja uma biografia dele). Essa concepção leva em conta as diferentes características das crianças e adolescentes segundo sua idade aproximada. O ensino é dado de acordo com essas características: um mesmo assunto nunca é dado da mesma maneira em idades diferentes.

Ela é uma pedagogia holística em um dos mais amplos sentidos que se pode dar a essa palavra quando aplicada ao ser humano e à sua educação. De fato, ele é encarado do ponto de vista físico, anímico e espiritual, e o desabrochar progressivo desses três constituintes de sua organização é abordado diretamente na pedagogia. Assim, por exemplo, cultiva-se o querer (agir) através da atividade corpórea dos alunos em praticamente quase todas as aulas; o sentir é incentivado por meio de abordagem artística constante em todas as matérias, além de atividades artísticas e artesanais, específicas para cada idade; o pensar vai sendo cultivado paulatinamente desde a imaginação dos contos, lendas e mitos no início da escolaridade, até o pensar abstrato rigorosamente científico no ensino médio. O fato de não se exigir ou cultivar um pensar abstrato, intelectual, muito cedo é uma das características marcantes da pedagogia Waldorf em relação a outros métodos de ensino. Assim, não é recomendado que as crianças aprendam a ler antes de entrar na 1a série. Sobre a necessidade do brincar infantil no jardim-de-infancia, veja-se o artigo "Crisis in the Kindergarten: why Children Need to Play in School" editado pela Alliance for Childhood. Para as caracterizações sucintas do desenvolvimento infantil e juvenil em períodos de 7 anos, os setênios, base fundamental da pedagogia, vejam-se os artigos de Sonia Setzer sobre educação e drogas e o de Sonia Ruella. Como o computador força um pensamento lógico-simbólico, nenhuma escola Waldorf digna desse nome utiliza essa máquina, sob qualquer forma, antes do ensino médio (9a série na seriação Waldorf); ver artigos a respeito.


Nos Estados Unidos, as melhores universidades costumam aceitar com preferência os ex-alunos Waldorf, pois sabem que se trata de jovens diferenciados, com uma vasta cultura, com capacidade de concentração e aprendizado, e alta criatividade. Nesse país, que tanto se caracteriza pela praticidade de seu povo e pela liberdade de ensino, houve nos últimos 30 anos uma explosão de escolas Waldorf, que passam hoje em dia de uma centena.

Atualmente, existem mais de 700 escolas Waldorf nos 5 continentes, sendo 17 no Brasil (entre jardins de infância e escolas de ensino fundamental e médio).




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