Amigos e Amigas, olha que bacana esse relato da minha amiga Taísa.
É um olhar de uma pessoa "normal" sobre o mundo de quem vive em uma cadeira de rodas, através de uma experiência que ela passou.
Se todos passassem por isso, acabava o preconceito e aumentava a preocupação de todos com a acessibilidade. Uma bela lição!
"Olá, meu nome é Taísa, tenho 38 anos, sou fonoaudióloga e moro em São Paulo com minha família há 15 anos.
Na última 4ª. feira, dia 03 de novembro, realizei uma cirurgia no joelho e, conforme o esperado, não posso andar pelos próximos 15 dias.
Acostumada à correria do dia-a-dia, comecei a enfrentar meus primeiros fantasmas: ficar parada, depender dos outros, esperar. Só este exercício já me fez avaliar melhor como seria a vida de um cadeirante e como principalmente no início, a adaptação incluiria outros fatores.
No sábado tive uma brilhante ideia: vamos ao Shopping passear e eu usarei uma cadeira de rodas! Todos prontos e arrumados, empolgados pela “aventura”, chequei pelo site se o Shopping escolhido por nós, o Villa Lobos, tinha este serviço de empréstimo de cadeiras. Informação confirmada, partimos.
Com relação ao Shopping, posso dizer que meu atendimento foi perfeito: funcionários atenciosos, vaga reservada para o carro e rampas disponíveis por todo lado.
Passamos uma tarde maravilhosa! Entre livros, jogos e um bom cafezinho, eu estava muito feliz, brincando com meu filho de 6 anos, trocando idéias com minha mãe e recebendo carinho e cuidados de meu marido! Ou seja, nada mudou pelo simples fato de eu estar sentada numa cadeira de rodas. Mas eu me surpreendi com a reação das pessoas e com a falta de preparo do mundo para encarar os cadeirantes, recebê-los e atender as suas necessidades.
Recebi muitos olhares tristes, desconfiados, preconceituosos, como se não fosse possível uma jovem ser feliz em uma cadeira de rodas. Eu me senti observada e “estranhada” pelas pessoas ao meu redor. Tive vontade de gritar: “Tem um ser humano FELIZ aqui”!
Terminei meu passeio transformada. Quero lutar pela acessibilidade e principalmente pelo bem estar emocional dos cadeirantes e de qualquer deficiente.
Espero muito que o relato desta experiência ajude outras pessoas e autoridades a criar condições favoráveis à acessibilidade.
Se houver outra forma que eu possa ajudá-los, ficarei muito feliz.
Um grande abraço.
Taísa Giannecchini
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