MITOS E VERDADES
Psicopatas são autistas.
MITO: conforme explica o neurologista Leandro Teles, psicopata é um termo geralmente reservado para pessoas com um grave distúrbio de personalidade, incapaz de se colocar no lugar do outro, que não apresenta empatia com o problema alheio. "Eles usam as pessoas e as situações em benefício próprio, geralmente não são piedosos e podem ser muito cruéis. Com muita frequência, se envolvem com a criminalidade. São muito inteligentes, sedutores e perigosos. Já o autismo é um transtorno do desenvolvimento do cérebro. Autistas não são, de modo geral, agressivos, e percebem e interagem de modo peculiar com o mundo. Quando entendemos esse jeito diferente de viver, compreendemos que, na verdade, eles apenas reagem sob ambientes e situações que o agridem". A psicóloga Cristiane Silvestre de Paula completa: "Esta comparação é tão absurda que não vale a pena comentar"
A pessoa com autismo pode gritar, espernear e provocar grande confusão ao redor.
VERDADE: até porque qualquer criança pode fazer isso, mesmo sem autismo. O que ocorre é que muitos pacientes, principalmente os casos mais típicos e intensos, têm uma baixa tolerância a ambientes com muito estímulo e que não passam familiaridade. A psicóloga Cristiane Silvestre de Paula conta que isso acontece com algumas crianças, especialmente as que não têm acompanhamento ou cujo comprometimento é maior: "O papel do profissional é lidar com esta situação, não só tratar, mas conscientizar a sociedade. Se a criança está com a mãe num supermercado, por exemplo, quem está ao redor pensa "esta mulher não sabe educar seu filho". As mães sofrem muito preconceito. Divulgando mais o assunto, as pessoas vão conhecer e, quem sabe, passem a respeitar mais"
Há vários tratamentos que ajudam a melhorar os sintomas.
VERDADE: como se trata de um transtorno muito heterogêneo, o tratamento deve ser sempre individualizado; quer dizer, o que funciona para um paciente pode não funcionar para outro. De modo geral, são usados métodos multimodais, em que terapias se complementam de forma abrangente. "A meta é sempre reduzir comportamentos e sintomas disfuncionais e consolidar atitudes positivas, buscando um equilíbrio que favoreça a integração, a socialização e o engajamento", diz o neurologista Leandro Teles. Ele explica que podem ser usadas (associadas ou não): análises comportamentais, protocolos de interação interpessoal, terapia com animais, treinamento de linguagem, tratamento medicamentoso (em casos selecionados para controle específico de alguns sintomas), dietas (sempre com suporte especializado e ciente do custo versus benefício) e fisioterapia. Os psicólogos Daniel Del Rey e Cássia Leal da Hora complementam informando que fonoaudiólogos ajudam na aquisição da linguagem e terapeutas ocupacionais treinam habilidades motoras e atividades cotidianas. "O conceito atual é o de que, quanto mais precoce for o diagnóstico e início do tratamento, melhores os resultados. Este é, de modo geral, contínuo, desgastante e caro. Por isso, é fundamental a participação de entidades pró-autistas, de incentivo governamental e de integração especializada de todo o sistema de saúde. Também não podemos nos esquecer de orientar a família, a comunidade e toda a sociedade, pois o preconceito, a falta de acolhimento e de oportunidades são tão ou mais impactantes na qualidade de vida do que o próprio transtorno", conclui Leandro Teles
A utilização de tablets pode auxiliar no tratamento.
VERADADE: aplicativos executados em tablets vêm permitindo que crianças autistas melhorem sua comunicação. A tela sensível ao toque é fácil de usar, chama a atenção pelas cores e animações e estimula a concentração, que pode ser difícil para quem apresenta o transtorno. No Programa de Transtornos do Espectro Autista do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, o emprego do gadget é incentivado - e, dessa maneira, jogos e exercícios se tornam complemento de terapias realizadas com profissionais. De olho neste mercado, a Apple, fabricante do iPad, incluiu um recurso direcionado a autistas no sistema IOS 6, lançado em 2012. Importante: especialistas enfatizam que o tablet, sozinho, não faz mágica e, por isso, é preciso supervisão durante as atividades. "É uma ferramenta incrível, cada vez mais barata, porém, é importante saber qual aplicativo a criança usará. Inclusive, lá fora, o professor e especialista em autismo Simon Baron-Cohen, da Universidade de Cambridge, vem criando programas para este público", diz a vice-presidente do Conselho Científico da ONG Austismo & Realidade, Cristiane Silvestre de Paula
Autistas têm um mundo próprio.
MITO: para o psicólogo Daniel Del Rey, não existe isso de "mundo próprio". O universo do autista é o mesmo de todas as pessoas. O que ocorre é que ele sente e interage com o entorno de forma diferente. Para Cássia Leal da Hora, psicóloga especializada em autismo, o indivíduo traz uma sensibilidade sensorial alterada que o faz se isolar socialmente, parecendo aos olhos dos outros que vive à parte, o que não é verdade. "Este é um mito antigo. Diziam isso há muitas décadas, quando se conhecia pouco sobre o assunto. Eles não têm um mundo próprio, mas dificuldade em conhecer outras pessoas. Não podem ficar isolados, pois precisam fazer mais contato com outras pessoas. Pais, familiares e professores são considerados coterapeutas neste sentido", diz a psicóloga Cristiane Silvestre de Paula
A internação do autista é positiva, pois uma instituição especializada saberá como cuidar dele.
MITO: de modo geral, o autista pode e deve ser acolhido dentro do seu ambiente familiar. Para tal, é fundamental que os familiares sejam bem instruídos com relação à doença e aprendam a gerenciar os dilemas do convívio do dia-a-dia, buscando sempre a harmonia e o bem-estar coletivo. "Nessa ótica, é fundamental que o autista seja readaptado ao modo de vida tradicional e, ao mesmo tempo, que a família respeite e compartilhe sua maneira particular de ser. Tal integração é peculiar de cada núcleo, uma vez que não existe um paciente igual ao outro e também não existe uma família igual à outra, sendo, portanto, uma combinação única que exige um gerenciamento personalizado", aconselha o neurologista Leandro Teles. "Os familiares também devem aprender formas de lidar com o portador, aumentando a chance de que o ambiente domiciliar seja a extensão do tratamento que ocorre em setting clínico", complementa a psicóloga Lygia Teresa Dorigon. A também psicóloga Cristiane Silvestre de Paula, professora adjunta do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento na Universidade Presbiteriana Mackenzie, diz, ainda: "Há até uma lei que garante que crianças estejam matriculados em uma escola regular. Isso para não perderem o desafio de se desenvolver e interagir com outras pessoas. A escola regular os ajuda a ter contato social"
Autismo pode ser hereditário.
VERDADE: O psiquiatra Guilherme Polanczyk, coordenador do núcleo de pesquisa de neurodesenvolvimento inicial de crianças da Faculdade de Medicina da USP conta que o autismo é uma das doenças psiquiátricas com maior particularidade genética. "Pode ser transmitida pelos pais ou por mutações espontâneas, que acontecem no momento da divisão celular", explica. Segundo a psicóloga e professora adjunta do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento na Universidade Presbiteriana Mackenzie, Cristiane Silvestre de Paula, este é um assunto que assusta as pessoas. "Realmente, se já há um filho autista na família, as chances de outro nascer com o problema são grandes. Trata-se de uma doença neurobiológica com componentes hereditários. Em gêmeos monozigóticos é ainda mais comum a ocorrência"
Não há cura para o autismo.
VERDADE: autismo é um transtorno do desenvolvimento que pode gerar diferentes graus de comprometimento. Mas o tratamento é fundamental e, quanto antes iniciado, melhor. A psicóloga Cristiane Silvestre de Paula, vice-presidente do Conselho Científico da ONG Austismo & Realidade, afirma: "O que pensamos ser mais relevante é obter melhor tratamento para que as pessoas se tornem mais independentes e tenham mais qualidade de vida. Devemos lidar como o tema como se fosse uma doença crônica, não esperando que aquela pessoa deixe de ser autista"
Autistas são superinteligentes.
MITO: como formam um grupo muito heterogêneo, cada autista é de um jeito. Todos mostram similaridade na dificuldade social, mas, do ponto de vista intelectual, podem apresentar performances muito distintas. Existem muitos com inteligência normal e uma parcela apresenta intelecto acima da média. Estes últimos não raro mostram habilidades intelectuais globalmente aumentadas ou têm uma capacidade mental específica mais desenvolvida - como a matemática, a memória, o domínio de tecnologia, a pintura, ou a música. Segundo a psicóloga Cristiane Silvestre de Paula, estima-se que cerca de 10% dos autistas sejam muito inteligentes. "Eles têm o que chamamos de ilhas do conhecimento - são bons em um certo tema
Autistas não gostam de carinho.
MITO: conforme observa o psicólogo Daniel Del Rey, alguns pacientes são hipersensíveis e se incomodam com o toque, mas não é uma regra geral. "Alguns não se sentem bem se são surpreendidos e também se mostram sensíveis a estímulos externos intensos", diz, também, o neurologista Leandro Teles. A falta de domínio completo da linguagem, a redução do contato visual e a dificuldade em perceber o outro também precisam ser levados em conta. Para a psicóloga Cristiane Silvestre de Paula, eles têm dificuldade em expressar afeto e alguns chegam a ter hipersensibilidade. "Quando você os toca, eles gritam, como se estivesse doendo ou queimando. Luz muito forte, por exemplo, também os incomoda". Ela conta que é sempre bom preparar o ambiente e evitar levá-los a lugares muito lotados e barulhentos, como um shopping center, por exemplo. "Porém, eles gostam de carinho, mas não sabem como expressar isso"
Pessoas com a doença preferem ficar sozinhas.
PARCIALMENTE VERDADE: o fato é que alguns indivíduos que sofrem com o transtorno se incomodam com interações prolongadas e contextos sociais muito caóticos e barulhentos. "Porém, muitos apresentam interesse em se relacionar socialmente, mesmo não possuindo as habilidades necessárias para fazê-lo", pondera Lygia Teresa Dorigon, psicoterapeuta especializada em autismo. "Não são poucos os que buscam convívio social e se ressentem quando não são bem-sucedidos", complementa Daniel Del Rey, professor do Curso de Intervenção Precoce em Crianças com Atraso no Desenvolvimento e/ou Desenvolvimento Atípico no Núcleo Paradigma. Já vice-presidente do Conselho Científico da ONG Austismo & Realidade, a psicóloga Cristiane Silvestre de Paula, diz que elas têm tendência a querer ficar sozinhas. "A teoria é que haja uma dificuldade na região do cérebro que lida com a cognição social e nosso papel é fazer com que essas pessoas interajam com outras"
O comportamento da mãe, e a falta de amor, são causas do problema.
MITO: a origem do autismo é orgânica, estrutural e, em grande parte, fruto de alterações nos genes. "Esta é possivelmente a máxima mais inadequada que já foi propagada sobre a doença", considera a psicóloga Cássia Leal da Hora. O especialista em neurologia Leandro Teles assina embaixo: "Tal afirmação é um completo absurdo, sem qualquer base científica. Essa história de mães frias, chamadas de mães geladeiras, que causariam o autismo em seus filhos, foi difundida na segunda metade do século passado e só fez criar uma legião de mães culpadas, frustradas e sem qualquer acolhimento da sociedade. Foi uma teoria infeliz que muito atrapalhou a compreensão e o tratamento correto da doença, gerando famílias ainda mais disfuncionais". "Trata-se de um mito nocivo, que coloca mais sofrimento em cima da família", afirma Daniel Del Rey, mestre em Psicologia Experimental pela PUC-SP. "Este é o maior mito sobre autismo e um dos mais graves enganos da comunidade científica. Culpar as mães. Imagine as consequências? Na época desta teoria, não se sabia nada sobre o assunto, mas após inúmeros estudos e pesquisas confirmou-se não haver nenhuma ligação", afirma a psicóloga Cristiane Silvestre de Paula
O ambiente familiar é o principal detonador da doença.
MITO: o autismo não é desencadeado por questões familiares, por mais complicadas que possam ser. A psicóloga Lygia Teresa Dorigon ressalta: "A falta de incentivo e encorajamento enfatizam sintomas decorrentes do diagnóstico, mas não deflagra um transtorno desse tipo". A também psicóloga Cristiane Silvestre de Paula afirma que o ambiente não influencia, porém, a participação dos pais é essencial para o prognóstico: "Eles não devem esconder ou negar a situação, muito menos ficar nesta situação por anos, mas procurar ajuda especializada, isso é essencial"
A maioria dos autistas tem problemas de comunicação, interação social e comportamento repetitivo.
VERDADE: tais características são as mais comuns entre os indivíduos do espectro autista. "No entanto, o nível de comprometimento em cada uma dessas áreas varia imensamente", assegura Daniel Del Rey. O neurologista Leandro Teles complementa dizendo que a cada dia surgem descrições de formas mais brandas da doença, com inteligência normal ou acima da média, linguagem bem desenvolvida e sem estereótipos sérios. "Tais casos são de diagnóstico bem mais complicado e podem até passar despercebidos na sociedade. Por isso, muitos pesquisadores acreditam que possa haver muito mais gente dentro do espectro benigno do que dentro do espectro clássico, mas ainda sem diagnóstico."
A vacina tríplice pode causar o transtorno.
MITO: não há relação comprovada entre a vacina e o autismo, sustentam especialistas. Essa relação foi sugerida por pesquisadores no final da década de 1990 e chegou a virar um artigo publicado em uma das mais importantes revistas médicas da época, "The Lancet". "No entanto, o texto recebeu duras críticas e acusações, sendo posteriormente renegado pela classe médica e até por boa parte de seus autores, por conter diversos erros metodológicos", conta o neurologista Leandro Teles. Embora pesquisas feitas na sequência não tenham provado qualquer relação contundente entre a vacina tríplice viral (contra sarampo, rubéola e caxumba) e a doença, o mito acabou se difundindo rapidamente, principalmente na Inglaterra, causando uma franca redução no uso da vacina e aumentando os casos de sarampo. "A tríplice é segura, eficaz e, pelos conhecimentos atuais, não leva ao autismo", diz Teles. "Demoraram muito e gastaram milhões para corrigir isso. Porém, muitas pessoas deixaram de vacinar seus filhos", comenta a vice-presidente do Conselho científico da ONG Autismo & Realidade Cristiane Silvestre de Paula
Autistas não gostam das pessoas.
MITO: gostam, sentem falta e saudade, prazer na companhia e apego aos demais. "Como apresentam dificuldade em aprender com os outros e compreender os sinais sociais, não sabem, muitas vezes, agir da forma esperada nos diferentes contextos. Isto pode levá-los ao afastamento. Mas, na medida em que adquirem um repertório, tendem a se aproximar", analisa a psicóloga Cássia Leal da Hora. "É fundamental desenvolver pontes e atalhos de modo a facilitar a troca de afeto com os pacientes autistas, respeitando sempre suas limitações e percepções do mundo", diz o neurologista Leandro Teles. "Muitas vezes, eles se isolam porque o entorno os incomoda. Com o trabalho comportamental, essa tendência tende a se abrandar", complementa o psicólogo Daniel Del Rey
Quem sofre de autismo não compreende o que está acontecendo ao redor.
MITO: como dentro do espectro existem indivíduos com repertórios muito diferentes, alguns compreendem e se interessam mais do que outros, mas é um exagero dizer que não entendem o que está acontecendo à sua volta, salienta o psicólogo Daniel Del Rey. Para o neurologista Leandro Teles, o autista capta o que ocorre no entorno, mas sob o prisma de sua peculiaridade cognitiva. "O fato de interagir menos e aparentar estar mais distante não significa que esteja ausente. Muitas vezes, mostram até uma sensibilidade aumentada a estímulos e mudanças sutis na rotina que os cerca, não captados por indivíduos sem o transtorno"
Autismo pode ser tratado com alimentação especial.
INCONCLUSIVO: O tema é polêmico. Existem especialistas que defendem a dieta, pais que relatam melhora ao alterar a alimentação e outros que não sentem diferença alguma. O psiquiatra Guilherme Polanczyk, coordenador do núcleo de pesquisa de neurodesenvolvimento inicial de crianças da Faculdade de Medicina da USP conta que é comum algumas crianças autistas terem alergia a glúten e caseína (proteína encontrada no leite). Porém, isso não provoca a doença: "Sem dúvida os alimentos têm muitos efeitos sobre todos nós. No caso dos autistas, o glúten pode provocar agitação em alguns. Mas achar que a alimentação possa provocar a doença é bobagem". Já Estevão Vadasz, coordenador do Programa de Transtornos do Espectro Autista do Instituto de Psiquiatria do HC de São Paulo, conta que isso não é universal, mas há um subgrupo para o qual alguns alimentos fazem mal. "Porém, isso não é a causa do transtorno. Portanto, se a criança não apresenta nenhum problema, não é preciso mudar a dieta". A psicóloga Cristiane Silvestre de Paula também lembra que muitas crianças autistas têm restrições alimentares. "A criança costuma ficar obcecada com algum alimento e só quer aquilo. Ou então diz que não vai comer nada branco, por exemplo. É uma grande luta. É preciso que uma nutricionista ajude a balancear isso, pois a criança costuma ter problemas como prisão de ventre, por exemplo"
A internação do autista é positiva, pois uma instituição especializada saberá como cuidar dele.
MITO: de modo geral, o autista pode e deve ser acolhido dentro do seu ambiente familiar. Para tal, é fundamental que os familiares sejam bem instruídos com relação à doença e aprendam a gerenciar os dilemas do convívio do dia-a-dia, buscando sempre a harmonia e o bem-estar coletivo. "Nessa ótica, é fundamental que o autista seja readaptado ao modo de vida tradicional e, ao mesmo tempo, que a família respeite e compartilhe sua maneira particular de ser. Tal integração é peculiar de cada núcleo, uma vez que não existe um paciente igual ao outro e também não existe uma família igual à outra, sendo, portanto, uma combinação única que exige um gerenciamento personalizado", aconselha o neurologista Leandro Teles. "Os familiares também devem aprender formas de lidar com o portador, aumentando a chance de que o ambiente domiciliar seja a extensão do tratamento que ocorre em setting clínico", complementa a psicóloga Lygia Teresa Dorigon. A também psicóloga Cristiane Silvestre de Paula, professora adjunta do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento na Universidade Presbiteriana Mackenzie, diz, ainda: "Há até uma lei que garante que crianças estejam matriculados em uma escola regular. Isso para não perderem o desafio de se desenvolver e interagir com outras pessoas. A escola regular os ajuda a ter contato social"